terça-feira, 21 de dezembro de 2010

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Das palavras
Os pedaços de descontrução da identidade
As compras, as vendas, as trocas e barganhas
Os quase véus da quase Maya
Ou seriam os talvez paraísos perdidos da farsa do El Dorado?
Calendário Maia
Quantos ciclos hão de girar por sobre nossas cabeças confusas enquanto os labirintos da mente são preenchidos por paredes caiadas?

Nada sai do nada
O onde está difícil de achar
O quem está aqui, querendo ser comunidade
O como se traveste de mil formas
Invisíveis ou zumbis
Maquiadas, palhaçadas, estiradas, tropeçadas
Nos ancoradouros vertiginosos dos nossos portos poluídos

Tudo se tranforma
Desejo que os desencontros se reagendem
Que as intempéries nos alimentem
Que as borboletas sobrevivam
Frente às cinzas da metrópole
Que a mariposa bata as asas
Num zumbido mais sonoro que o helicóptero
E que as siriemas ao atravessarem a estrada
Sejam ágeis e espertas
Sábias em adaptar-se a este mundo em que nasceram
Que já estava esboçado quando chegaram
E que segue sendo sempre um rascunho de um cartunista
Que ora parece apaixonado, ora melancólico, ora áspero demais,
Mas que deve ter suas razões

Alexandre Falcão de Araújo
21 de dezembro, quase Natal de 2010

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